Thinkers

blog de uma rapariga sem estilo

22.3.10

Spring

rasgando a barreira vítrea do cinzento Inverno, entrou a vasta e colorida palete de açucenas vibrantes.
num ápice, o mundo tornou-se e transformou-se em esvoaçantes borboletas que cansaram de ser larvas; tornou verdes os prados que outrora se estendiam sem vida, inertes.



Primavera,

és magia que traz à tona a faceta mais vibrante e sedutora de cada objecto, de cada coração pulsante ou de cada seiva suculenta.
és carta aberta aos sentimentos que se alojam debaixo do nariz, metamorfizando-se em pólen e que fazem dos olhos fontes intermináveis.
és nascente de água límpida que em cada jorro cristalino leva e faz pulsar um coração apaixonado.
és o vestido leve que visto naquele almoço no Monte, quando me deito sobre a relva fresca, cobrindo o rosto de pequenas gotículas do orvalho ainda presente.
és a cereja suculenta que trinco prasenteiramente e és o sumo de morango que limpo do queixo com as costas da mão.

...

e do Teu pequeno chapéu de palha, cuja fita vermelha te enaltece as virtudes, brota a Vida, onde escorrego sem fim e onde me perco ao tentar encaixar-me numa das tuas muitas maravilhas.

Primavera, és Perfeição Utópica e eu corro para Ti, sem nunca te alcançar.



["Para mim só um grande, um profundo,/E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,/Um supremíssimo cansaço./Íssimo, íssimo. íssimo,/Cansaço" (Álvaro de Campos)]